A palavra livro é originada do termo latino liber, que inicialmente significava a "parte interior da casca de árvore". Essa palavra passou por adaptações semânticas ao longo dos séculos.
No latim, liber não tardou em ampliar seu significado, vindo a denotar, além da casca interna das árvores, "livro, papel e pergaminho". Um processo metonímico em que a matéria passou a designar o objeto, assim como ocorre quando se chamavam prata ou cobre as moedas utilizadas comercialmente.
A origem de liber é o indo-europeu *lewb, que significava "tirar uma camada" ou "descascar". Essa raiz linguística relaciona o ato de descascar e a prática inicial de usar a casca interna das árvores como suporte para a escrita. Antes da fabricação formal do papel, o liber era empregado como suporte de escrita.
A denominação "folha" para cada papel do livro revela um elo linguístico interessante a partir de uma metáfora. E isso se torna ainda mais interessante quando observamos que em inglês, a palavra leaf (folha) deriva da mesma base etimológica que "livro" (liber).
O termo inglês book (livro, em português) tem suas origens no inglês antigo boc, que significa "livro, escrita, documento escrito". Essa palavra é geralmente associada ao proto-germânico *bōk(ō)-, originado de *bokiz, que significa "faia" (nome comum dado às árvores do gênero Fagus e Nothofagus).
A ideia é a de tábuas de faia nas quais runas (cada uma das 24 letras do mais antigo alfabeto germânico) eram inscritas, indicando uma prática ancestral de escrita em material derivado de árvores.
Assim, as palavras livro (em português), livre (em francês), libro (em espanhol e em italiano), book (em inglês) e Buch (em alemão) têm suas origens em árvores em que eram feitas inscrições.
Jason Lima
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